Pages

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Panapaná

-Não há nada que você possa nos fazer. Somos muitos, como sabe.
O homem ainda segurava a cabeça de um dos seguranças. Decepara-a com um golpe das próprias mãos, não precisava de testemunhas.
- Há mais 600 de onde estes vieram, rapaz. Eles acabariam com suas chances de sucesso tão facilmente quanto eu arranjaria outro vasilhame.
O homem não dissera uma única palavra desde que entrara, mas ele sabia o que ele queria, ele sabia ao que ele vinha.
- Não é de meu interesse interferir em seus planos, você sabe. – Ele se levantou do trono, andou alguns metros e pôs-se a andar em círculos em volta do homem. – O que fazemos aqui não interfere com o que vocês fiscalizam. Outro departamento, sabe? O único inconveniente é o vasilhame, mas podemos assegurar que estes estão bem guardados e causarão pouco ou nenhum trabalho.
O homem soltou a cabeça. Fez um barulho surdo ao bater no chão. Não disse palavra alguma.
 - Mas podemos lhe dizer onde encontrar quem fez aquilo com seu amiguinho. Quer? – Ele sorriu. – Em troca tudo o que pedimos é paz e tranqüilidade para que possamos fazer o que temos feito, sem interferir nos planos de vocês... – Chutou um braço para fora do caminho – Pobre Rick, não precisava ter acabado deste jeito. Mais inocentes não precisam morrer.
O homem permaneceu em silêncio, seus olhos acompanhavam o eloqüente palestrante em silêncio. Ele observara pelo menos três vozes diferentes durante todo o discurso desde que entrara e começara a carnificina, As últimas quatro frases haviam soado apenas como uma.
- Seus nomes são Adoniram Silva, Olavo Lavich, Verônica Mars e Fabrício de Álvares Pontes. Não posso dizer exatamente onde encontrá-los AINDA, mas tenho certeza de que estes nomes serão de muita valia e que você tem suas maneiras de utilizar-se deles. – Aproximou-se novamente do homem, olhou a cabeça no chão e voltou os olhos em direção aos olhos dele, que os fitavam atentamente. Teve a impressão que a mancha de sangue na parede logo atrás dele tinha a forma de uma borboleta. – Então, temos este acordo?
A mão do homem foi mais rápida do que pode ver.
O corpo dO Louco foi ao chão, enquanto sua cabeça rolou para de baixo do trono.
- Não.

0 comentários:

Postar um comentário