Pages

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Crônicas do funcionalismo público

Bem, como todos sabem comprei uma moto: uma YAMAHA FAZER 250cc. Motão, do jeito que eu estava procurando há muito tempo. Além das desventuras para conseguir passar o consórcio do antigo proprietário para o meu nome (mas nada que umas ligações e algumas frases bem colocadas não resolvam em 30 minutos o que a concessionária daqui não resolveu em quase 30 dias) enfrentei, acredito que pela primeira vez, o VERDADEIRO SERVIDOR PUBLICO.
Sempre me deparei com paródias e críticas na tv demonstrando a burocracia, lentidão e falta de humanidade do nosso tão famoso servidor público. Eu nunca tinha tido o azar de cruzar com um dos exemplares. Eu mesmo já atuei como servidor público por dois anos, no próprio gabinete do prefeito e tenho toda a certeza de ter tratado TODAS as pessoas com total decência e boa vontade.
Bem, cheguei pela manhã, nenhum cliente (?) a ser atendido além de mim. Eis que se desenvolve o diálogo entre eu e uma simpática atendente do CIRETRAN:
- Bom dia, preciso fazer a transferência de veículo. Queria saber quais os documentos necessários.
A moça indicou, com ar de "novamente" um canto, fora da sala, onde estavam afixados diversos panfletos, completando "A lista de documentos está ali."
Agradeci e sai do estabelecimento, procurei entre diversos avisos, o que eu pensava ser a lista necessária de documentos para o meu caso, eram várias e depois de muito procurar elegi uma como correta.
Entre eu e uma segunda atendente (eram apenas 2 ou no máximo 3 metros) havia uma grande janela, tão espaçosa quanto o balcão, então permiti-me perguntar:
- Por favor, pode me dizer onde eu pago esta guia?
Esta outra, ainda mais simpaticamente me olhou dos pés à cabeça e disse:
- Nós não respondemos perguntas pela janela. - E apontou um OUTRO grande cartaz na parede, onde eu, paspalho desavisado que sou, não tinha lido: NÃO RESPONDEMOS PERGUNTAS PELA JANELA. Fiquei um tempo olhando para ela, achando que era brincadeira, pois eu precisava sair de onde estava, entrar pela porta e me dirigir a mesma atendente, a cerca de um metro de onde eu estava, no balcão, dando uma volta de alguns metros para tal. Para minha ingenuidade: não, não era brincadeira. A atendente não estava brincando.
Veja que o problema não era a volta, ou os metros que eu andaria, mas sim a incapacidade de boa educação da pessoa que me atendia. Entendo a necessidade de "não se atender pessoas pela janela quando há outras no balcão", mas eu era o único naquele estabelecimento fora as duas funcionárias.
Uma vez verificado que ela não estava de brincadeira, dei a volta e me dirigi ao balcão a fim de perguntar a mesma funcionária e ser então respondido com um: "Qualquer banco ou casa lotérica."
Uma infinidade de taxas, cópias e procedimentos depois (burocracias, este meu país me mata de vergonha, mas não é o objetivo deste tópico) voltei a mesma CIRETRAN.
Cheguei ao balcão cheio de papéis, guias e recolhimentos, as mesmas duas funcionárias lá se encontravam. Uma estava conversando avidamente com um amigo, no balcão e quando me viu, pediu que ele entrasse para que eles tomassem um café.
A outra atendente, ao que parece uma aprendiz da que saiu, veio me atender. Pedi então educadamente:
- Você poderia ver se eu não esqueci nenhuma das cópias necessárias?
Ela, como se falasse a coisa MAIS NATURAL DO MUNDO:
- Não CONFERIMOS A DOCUMENTAÇÃO.
Eu fiquei outros momentos pasmo olhando para a funcionária.
- Desculpe, acho que não entendi direito. Vocês não conferem a documentação?
Ela soltou-me um monossilábico não e ficou a me fitar. Perguntei, depois de alguns segundos, pois meu cérebro tentava REALMENTE entender o que se passava:
- Então tudo o que vocês fazem é apontar para os cartazes de documentação, depois pega-la, enfiar numa pastinha. E SÓ? Se tiver alguma coisa errada meu pedido vai ser negado por que vocês NÃO CONFEREM DOCUMENTAÇÃO?
Ela respondeu-me com um monossilábico sim.
Conferi o que eu achava estar correto, enfiei na pasta, depois de eu mesmo escrever meu nome na identificação da pasta, pois, ao que parece, o serviço de catalogação dos usuários também é de obrigação do contribuinte. Agradeci e me fui, pensando que valeria ter contratado um despachante APENAS para juntar os documentos, função que poderia ser exterminada do planeta, já que é uma sequência de burocracias e cópias bobas que qualquer um pode fazer. Muito embora as funcionárias do departamento responsável não sejam capazes de responder ao público e suas questões.
Na própria xerocadora, onde fui tirar as cópias da documentação antes da minha segunda visita ao estabelecimento, a própria atendente me advertiu a respeito da simpatia das "meninas da CIRETRAN". Não achava que podia ficar pior. E não estava eu errado?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Dead or Alive?

WANTED DEAD OR ALIVE

Juan "Juanito" Velasquez

REWARD: US$5000


sábado, 10 de dezembro de 2011

Tanatos

Ele abriu os olhos com dificuldade e sorriu.
- Sabia que você viria.
Ela tenta sorrir em vão, uma lágrima escorre pelo seu rosto.
- Não poderia deixar você aqui.

 - Há uma guerra, meu girassol. Há uma guerra acontecendo neste exato momento.
Ela passa a mão pelo seu rosto marcado pelas rugas, tirou um lenço da bolsa e limpou o canto da boca do homem deitado.



- Gostaria de entender os motivos desta guerra, Charles. Gostaria mesmo. Tudo sempre não acabará do mesmo jeito? Tudo não acabará conosco nascendo de novo, e de novo, e de novo?

Ele sorriu.

- Eu ouvi eles dizerem, meu girassol, eu ouvi eles dizerem...
Sua frase foi interrompida por uma série de tossidas profundas. Ela se preocupou, amparou sua cabeça que pendia para o lado, de tanto esforço. Minutos depois ele pareceu se recuperar.
- É tudo por poder, Charles. Tudo por poder.
- Não, meu girassol. Eles disseram que quando tiverem reunido poder o suficiente, um ou todos eles poderão mudar o rumo de todos...
Mais uma seqüência de tossidas, a fronha do travesseiro foi manchada de vermelho.
- Isso não passa de besteira, Charles. Deixe-me curá-lo.
Ele levanta a mão e acaricia seu rosto.
- Não, meu girassol. Esta carcaça já esta velha demais. Não poderei ser útil nos tempos que estão por vir. Consigo sentir em meus ossos o som dos cascos marchando. Nossa esperança....
Mais uma seqüência de tossidas e mais sangue foi expelido.
O celular dela tocou, ela o atendeu e com respostas monossilábicas livrou-se do interlocutor.


- Ele é um bom garoto, Charles. Você escolheu bem seu protegido, embora ele tenha feito péssimas escolhas no passado.
- Não podemos culpar pelos erros distantes no tempo. Daí só crescerá o ódio... o coração de nossa espécie é capaz de guardar muito ódio, você sabe...
- E também muito amor...
Ele sorriu... ela pode ver sangue em seus dentes. Segurou o choro novamente.
- Ele deveria estar fazendo isso, Charles, não eu. Ele é indefeso e eu já sei como me defender.
- Por isso mesmo tem que ser você, meu girassol. Não quero que isso caia nas mãos de John tão facilmente. Meu pupilo ainda não está preparado... você poderá guardar o segredo melhor do que ele...

Um período de silêncio seguiu-se, juntamente com mais uma saraivada de tossidas.
- Vamos, meu girassol... eu não terei outros verões...
Ela acariciou seus cabelos grisalhos.
- Eu te amo, Charles... Adeus... mais uma vez...
Ela se inclinava em sua direção, pronta para dar-lhe o beijo definitivo, quando ele sussurrou.
- Até logo, girassol... É só um até logo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Os caminhos

Os Caminhos


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Filhos dos Homens

Os NPC's e Antagonistas

Timothy Hunter, 22
"O Hipster" ou "O cara do guarda-chuva"

Timothy é viciado em café.
T.H. nasceu em St Paul, Minneapolis. Deslocado e tímido desde criança refugiou-se em seus desenhos para escapar do bullying dos valentões da escola. Desenha para a D.C comics desde o começo da adolescência, dinheiro com o qual sustenta sua casa desde os 16.



Timothy não sai de casa sem seu guarda-chuva.

"E se eu dissesse que sei um jeito de fazer com que fiquemos juntos para sempre?"




Monsenhor David, 76
David usa sempre uma bengala para se locomover.
"O monsenhor"

David Tewel era judeu, nascido na Alemanha Nazista. Passou parte da infância em Auschwitz mas foi libertado pelos aliados em 45. Orfão de pai e mãe, foi levado para a América por um tio que o deixou no seminário de St Sarah para dedicar-se ao sacerdócio. Atualmente ele é responsável pelo seminário de St Joane of Arc em Nova York.


David usa um anel com um oroboros no dedo.
















"Encontrei um deles. Venham."



Oliver Divanci, 12
"O garoto" ou "O trombadinha"

Oliver roubou um instrumento mágico valiosíssimo.
O.D. é descendente de italianos pobres. Sua mãe traiu seu pai e foi posta para fora, junto com o filho. Passaram a morar com outros indigentes nas ruas de Nova York. Oliver sobrevive de pequenos roubos. Embora permaneça junto com sua mãe e o grupo por segurança, não apóia o vício do crack materno. Ultimamente tem aplicado golpes com Lauren Shaw.


"Vamos fugir... Vem, eu conheço um atalho!"



Padre Charles Anderson, 65
"O padre"

Padre Charles tem câncer no cérebro.

C.A. nasceu em Los Angeles - California, filho de família religiosa católica que prometeu o terceiro filho como padre desde o nascimento. C.A. terminou os estudos no seminário e optou por não se ordenar de imediato, logo após o término da faculdade de teologia. C.A. dedicou-se por 3 anos ao boxe, sua verdadeira paixão, chegando a vencer diversos campeonatos nacionais. Quando chegou ao topo, como peso leve, desistiu da carreira e voltou ao sacerdócio. Adotou como enteado Nicholas desde criança. Era o responsável pelo seminário St Joane of Arc até ser acometido por um câncer no cérebro inoperável.






"Eles não me farão mal algum."


Richard Novel, 28
"O playboy"

Richard negou-se a trabalhar como modelo na adolescência.
R.N. é o herdeiro do império multinacional do pai. Trabalha em sua empresa desde que completou o MBA em Harward. É famoso por seus carros caros, pelas mulheres deslumbrantes e por ser degustador das mais caras vodcas do mundo. Atualmente está apaixonado por Loren.











"Tudo tem seu preço, diga o seu."

Os filhos dos Homens

 Nicholas Yorker, 21 anos
"O noviço"

O noviço Nicholas Yorker foi abandonado diante da porta de um orfanato quando ainda um bebê. Era rebelde e indisciplinado, até conhecer o Padre Charles, ex-pugilista, que tratou-o como filho e ensinou-o a defender-se e a ter disciplina.

O noviço Nick divide o tempo entre os estudos e a ajuda à comunidade.
"Eu não fui capaz de matar aquela criança. Ela era apenas... uma criança."
"Você não é capaz de entender todo o mal que aquela criança já causou. Escreva o que te digo: você deixou viver a pessoa que será responsável pela sua morte."

Nicholas pratica e ensina box na periferia de Nova York, como parte do plano para revitalização da área.

Simon Daniels, 20 anos
"O hippie"

Simon foi criado para ser o que o pai desejava que fosse: amigo dos filhos dos mais ricos da escola, estudante de direito ou administração par ajudar os negócios e a família. Tinha seu futuro programado do "high-school" até a faculdade, até romper com tudo e sair de casa ao fazer 18 anos, passando a fazer parte da comunidade holística-astrofísica-espiritual-libertadora-magica-neo hippie de Terra Nova.

S.D. era o projeto do pai.

"Eu sou Niara, princesa de meu povo. Ordeno que me levem até ele."

"Sigam-me e não mais sereis escravos, mas sim senhores das próprias terras."

S.D.escolheu ser livre e buscar a verdade



















Lauren Shawn, 21
"A ladra"

Lauren nasceu na Inglaterra, filha de família disfuncional, garota problema filha de mãe problema, mandou a mãe e o padrasto para a cadeia e fugiu para os Estados Unidos. Mantém-se através de roubos, praticados com seu mini-comparsa Oliver. Namora Richard que nada sabe a respeito de seu passado.

L.S. usa seu charme para cometer crimes

"De quanto dinheiro estamos falando?"   o.0

"Eu tenho de ir, vocês são meu povo, mas eu tenho de cumprir meu destino."



Muitos não se incomodam de ser roubados por L.S.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Road Tripping

Um apanhado das últimas viagens com amigos:
Dachô - Londrina - PR - Majuzão e Fer

Strassberg Haus - PR 
Strassberg Haus - PR - Raj, John John e Fer


Algum lugar entre Quatá - SP e Assis - SP - Fer, Fer e Nersim

Restaurante estilo 70's em Belo Horizonte - MG

Igreja Abandonada em Quatá - SP - Dario, Fer, Fer e Nersim

Chácara em Quatá - NErsim e Fer correndo em direção a água

Just a mirror for the Sun

Viracopos - Campinas - SP

O melhor AÇAÍ do mundo em Belo Horizonte - MG

http://www.youtube.com/watch?v=11GYvfYjyV0

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Terra velha

Os carros pararam, fazendo a poeira levantar e encobri-los como um manto de repúdio. Deles desceram 5 pessoas que nada disseram de início. Puseram-se a olhar ao redor. O mais alto fez um sinal com a cabeça e os outros passaram a entrar em cada uma das casas, revirar cada uma das camas e abrir cada um dos armários. Deveriam haver dois.Voltaram, acenaram com a cabeça negativamente. 
Ahol fel azt a szart? J'ai vu des empreintes d'entrer dans le désert. Vielleicht haben sie vorausgesagt haben und entkam. Τι γίνεται με τα υπόλοιπα; Li hanno mandato via e poi ci sono andati. Kom op, mag niet worden ver weg. In de stad vindt een spoor.


Entraram novamente nos carros e voltaram pelo mesmo caminho pelo qual vieram. Nenhum deles percebeu que eram observados de longe.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

No coração da África parte I

Fugira a noite toda. Viu seus amigos serem levados um a um, como bestas arrastadas pela floresta. Escutara-os gritar pelo socorro das mães, que há muito já tinham sido levadas. Mas ela era boa, boa o suficiente para saber se esconder entre a vegetação e as rochas sem que nem mesmo um tigre conseguisse encontra-la.
Estava exausta, seus pés sangravam, corria há 2 noites seguidas, escondendo-se durante o dia em tocas abandonadas, topo de árvores e rachaduras nas pedras. Sentia que tinha fôlego para mais, mas estava sozinha. Seu povo ficara para trás embora ainda escutasse seus gritos em algum lugar dentro de si.
Não sabia para onde iam, sabia apenas que nunca voltavam.
Escutou seu nome sendo chamado como um sussurro: Niara...
Não sabia se era seu pai, ou o feroz algoz que a perseguia. Sentia-se agora insegura. Sentia-se sozinha. Seu povo era levado para o oeste e nunca mais voltava. Ela nunca mais veria seus entes, seus amigos...
Niara...
Poderia continuar em frente e pedir asilo a uma tribo amiga, ser desposada. Não seria difícil: era bonita, era uma princesa.
Esta lembrança encheu-a de orgulho, mas lembrou-se que não existe principado sem corte, não existe princesa sem reino e acima de tudo não existe felicidade longe dos seus.
Levantou-se e caminhou pela beira do riacho que a pouco percorrera.
Sabia para onde deveria caminhar, sabia que não estavam longe. Na verdade a lua ainda estava alta quando o encontrou, sentado com outros envolta de uma fogueira. Não entendia sua língua e tinha certeza de nenhum deles, caçadores de gente, conhecia a sua, mas proclamou do mesmo jeito, em sua língua a que viera.
-Sou princesa Niara e quero ser levada para junto dos meus, em direção ao oeste.
Todos os homens se levantaram  e fitaram-na com um misto de sorriso e espanto.
- Hey boss, the girl is here! Check it out!
Risos ecoaram na noite, porém ela não demonstrou medo.
- Shut up you bastard! It's not just a girl, It's a princess! - respondeu o mais alto deles, tão alto que parecia um gigante, ainda completando em seu idioma - Uma linda princesa... mas muito...muito má!
Não conseguiu esconder o espanto ao ver que o caçador branco sabia sua língua.
- Como fala minha língua, caçador de homens?
Ele sorriu largamente, mostrando os dentes amarelos de tabaco:
- Falo mais línguas do que o número de dentes que você guarda em sua boca, Adele.
Ele tomou-a nos braços, enquanto ela gritava inutilmente - Meu nome é Niara! Niara!
Jogou-a no centro de todos os homens e ali mesmo deflorou-a, enquanto gritava pelo nome de Adele. Niara chorou em silêncio enquanto era penetrada pelo caçador e depois por cada um dos homens ali presentes. Comeu das sobras que lhe deram nos dias seguintes, enquanto levavam-na para o litoral, embora já não mais chorasse enquanto era estuprada.
O caçador não a violentou novamente, parecia sentir prazer em ver os outros homens a faze-lo, enquanto balbuciava - Adele, Adele, você nunca deveria ter me deixado.
Quando finalmente foi colocada num navio e levada a um novo mundo, pôde chorar em paz, vendo através de uma fresta, no porão escuro e sujo do navio, sua terra que se afastava.
Então lembrou-se de tudo...
O caçador pegara a presa errada...

domingo, 6 de novembro de 2011

Giving me the creeps

I followed a rabbit
Through rows of mermaid entwined Shrubbery
Oh what marvelous things but, they are, they are, they are
Giving me the creeps





Dark night...hold tight, and sleep tight
My baby
Morning light...shall burst bright
And keep us here safely

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Requiem

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.

Formiguinha... Fapim... Fapim

domingo, 25 de setembro de 2011

Reiki 3

Só devo agradecer pela oportunidade, aprendizado e força.

domingo, 28 de agosto de 2011

Algo mais forte... Parte 3

Ela observava os carros passeando em fila lá embaixo. O oriental ao seu lado sabia que ela estava indecisa. Não era através de magia, pois estava protegida. Ele via além disso, como se perscrutasse sua alma.
-E eles não sabem de nada, não é?
- Na verdade eles esquecem. Não vê aquela igreja ali, há duas quadras? Já recolocaram o próprio letreiro, os pastores já voltaram a pedir os dízimos. Tudo volta lentamente ao normal e, em breve, ninguém mais lembrará que Caleb existiu.
- Ele não foi o primeiro, foi?
- Aqui, até onde eu pude averiguar sim. Mas já houve outros, mais ou menos importantes. Tratamos de mantê-los nas sombras, de onde nunca deveriam ter saído. Assim querem os mestres e assim fazemos.
Ela pôs a mão no vidro e retirou, ficou observando a mancha deixada pelo calor se desfazer.
- Sim, assim fazemos.
Ele se afastou um pouco, caminhando até uma cadeira no centro da sala.
- Você deveria dormir mais cedo. Um exército só derruba o inimigo se estiver bem preparado e descansado.
- Eu tomei muito café. Terei problemas para dormir nas próximas horas. Sou mesmo uma estúpida. – ela disse, enquanto se virava para ele. Precisava ficar a sós.
Ele se levantou e caminhou novamente em sua direção, ela ficou imóvel, ele achegou-se, deslizou os dedos pelo seu rosto:
- Você se cobra demais. É muito exigente consigo mesma.
Ela confirmou com a cabeça, afinal, ele precisava e sentir o dono da situação.
- Você não quer trocar de turno comigo? Eu te chamo as 4. Não conseguirei dormir mesmo antes disso.
Ele sorriu:
- Tem certeza? Podemos ficar os dois acordados conversando, posso preparar algo para aquecer. Aqui em cima é muito frio.
- Eu teria sono depois e daí você teria que ficar a noite toda acordado. Não acho justo. Vá dormir que eu fico até as 4.
Afinal, precisava de todos dormindo ao mesmo tempo.
Ele se afastou, saindo pelo corredor, em direção aos alojamentos.
Esperou 15 minutos, até poder ouvi-lo ressonar.
Pegou o chaveiro e foi até o armário de armas, abriu-o, lá dentro colocou a bomba, ajustou o cronômetro..
Quando pegou o elevador para o térreo, chegou a sentir que a realidade se torcia, retorcia e derramava ao redor dele. A explosão seria sentida em muitos mundos, menos ali. Menos em Assis. As pessoas continuariam a pendurar cartazes, adorar falsos deuses, trepar, comer e cagar, quem sabe até ser felizes, mas apenas por que não sabiam o que lhes acontecia. Apenas por que não sabiam que o ultimo andar do Banco do Brasil explodira por inteiro, levando consigo 8 pessoas insanas.
Saiu pela porta da frente, olhou para cima, nem uma única janela quebrara, pensou, enquanto montava em sua moto e apertava a ignição.
Precisava de algo mais forte.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um corpo que cai. Parte II

- A senhora precisa ver o que encontramos. - Foi oque ele disse, meio que se curvando. Ela levantou com certa dificuldade.
- Onde?
- Na pedreira... estava lá de manhã, percebi logo que o sol nasceu.
Em um pensamento estavam os dois à beira do penhasco. Ela identificou o animal a primeira vista.
- Galo...
O homem a olhou intrigado:
- Mas senhora, é um cachorro! Dos grandes...
Ela o olhou com desprezo, de esgueio...
- Se eu disser que aquilo é um GALO, é um GALO. Entendido?
O homem olhou intrigado, já estava acostumado com as excentricidades dela, a ponto de saber que tinha de concordar, seja lá o que fosse. O totem era seu prisioneiro, ele NADA podia fazer.
- Chame Touro Branco e os outros. Precisamos de vigilância redobrada. Seremos atacados em breve.
O homem a olhou assustado.
- Por quem?
- Exatamente eu ainda nao sei... Ainda não...
O homem saiu correndo e com um salto tornou-se um lobo, que velozmente foi-se pelo meio do mato.
Ela caminhou vagarosamente até o corpo caído... olhou para cima...
- Então você voltou... veio pegar o sacrifício?


Um corpo que cai. Parte I

A música tocava tão alto que mal conseguia ouvir seus pensamentos, mas era o que eles precisavam. A música os anestesia, ao mesmo tempo que excita. Tudo o que precisava para mais uma colheita. 5000? 6000? Há tempos não conseguia contar mais: a colheita era farta. Usavam bem pouco,poupavam muito para os dias vindouros, para o dia no qual trariam velhos companheiros de volta.
Para isso serviriam os 12 apóstolos, seriam seus braços e olhos onde seus corpos não pudessem estar. presença perigosa mas indispensável nestes tempos, onde seu fantoche principal desmoronava dia-a-dia. Por que aquelas três vadias resolveram fazê-lo? Não que este não fosse o plano mas, por muito pouco, tudo não saíra fora de controle.
Mal sentia a mão de sua consorte, que o acompanhava desde o carro. Os movimentos foram se tornando cada vez mais difíceis, menos precisos, desde  a morte do vasilhame. Hoje mal sentia sua mão tocando a dela, embora seu perfume de meretriz divina chegasse ao nariz de todos, tinha certeza. Não a tolerava, apenas um de seus irmãos apreciava suas carnes. Agora, que ela carregava um filho Nosso, não poderia se dar ao luxo de perdê-la. Que mal havia em fingir que a amava? Se relacionava com estes animais, fingindo o tempo todo...
As mãos lhe tocavam enquanto passava pelo corredor, mal as sentia. Gritavam o nome do vasilhame, não o seu, ISSO O IRRITAVA, mas não importava, desde que houvesse a colheita no final. Eram vacas e ele arrancaria seu couro e carne, no momento certo.
Os 12 estavam sentados em suas respectivas cadeiras, austeros... de terno...
Mas o que é isso?
Que sensação estranha é esta? 
Como se vespas zunissem em seus ouvidos e um furacão se aproximasse pronto para dragar tudo e todos?
Quem chama meu nome?
Quem tem a coragem de...
A perna dobrou para trás enquanto o corpo projetou-se para frente, como faria um louva-deus. Sua mão soltou a de Joana. As luzes do templo piscaram e fizeram estranhos ruídos que acompanharam a queda do corpo de Caleb. Enquanto seu corpo fazia a trajetória, que marcaria o fim de uma era, seus olhos se fechavam, quando atingiu o chão era apenas uma casca vazia... que nunca mais seria usada.
A música ainda continuava, mas ninguém mais gritava. Os apóstolos, com exceção de dois, correram para tentar conter a multidão enfurecida, porém, quando chegaram, só encontraram restos e trapos rasgados. A multidão o adorava, o amava como nada mais.
Devoraram-no para manter o deus dentro deles.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

#comand OPEN MIND
#list PROBLEMS

- Pedro
- Inês
- Demônios 
- Índia
- Dragão
- Power Ranges
- Kaleb
- Mago X
- Lobisomens/Vampiros
- Mestras
- Locais de MANA.
%end
#list possiblities

Turn multipossibilities mode on? (Y/N)
Y
101010010010010000000011111100010010010000100101111110 x10³

Establish PRIORITIES? (Y/N) 

OF COURSE!

- Índia ou Lobisomens ou Vampiros
- Power Ranges
- Mago X – Aurélia - Kaleb – Demônios
- Pedro          - Inês
- Dragão – Mestras
- Locais de MANA

Set dangerousness? (Y/N/THAT IS UP TO YOU) Y

- Dragão – Mestras
- Pedro          - Inês
- Kaleb – Demônios – Aurélia – Mago X
- Power Ranges
- Lobisomens/Vampiros
- Índia

#result/q/s

YOU ARE FUCKED

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Não há lugar como o lar, Parte I

- Graças a deus, não aguentava mais ficar sentada. - Ela disse saindo do carro, enquanto tentava com as mãos desfazer o amassado da roupa. - A viagem de carro demorou mais do que o avião...
- Ainda não entendo o por quê...
- Por que não podemos nos dar ao luxo de sermos vistas, há muita coisa acontecendo.
- Parece que foi ontem! Nada mudou...- disse a outra enquanto olhava a igreja.
- Tirando aquele monte de rotatórias... nada mudou.
O salto alto fazia barulho na calçada, enquanto ela andava em círculos, olhando o céu. - Sim, muita coisa acontecendo!
- Não há lugar como o lar, garotas. Não há lugar como o nosso lar...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Reiki III

 
 
"Kyo dake wa ikaru na.
Kyo dake wa shinpai suna.
Kyo dake wa kansha shite.
Kyo dake wa gyô hage me.
Kyo dake wa hitori ni shintetshu ni."



"Só por hoje não te irrites.
Só por hoje não te preocupes.
Só por hoje sê grato.
Só por trabalha arduamente.
Só por hoje sê bondoso com todos os seres."
 

 
 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Meias verdades.

"Olha só o que temos aqui."
"Hum, oi!"
"Não se assuste, isso é mais natural do que parece. Com o tempo você se acostuma."
"Não sei, de algum amaneira estranha eu não estou assustado."
"Que bom. Só prova mais a respeito do que as pessoas pensam sobre você. Você sabe do que se trata?"
"Não, não sei. Isso sim me deixa confuso."
"Sabe o bom de algo estar destinado a você? Você não precisa se preocupar, não precisa fazer nada. Aquilo VAI acontecer."
"É o que dizem."
"Você pode vir comigo se quiser. Tenho negócios inacabados, mas assim que resolve-los e conseguir um corpo, as coisas vão mudar bastante. Talvez não seja mais tão seguro quanto é agora estar com seus amigos."
"Por que você mentiu para eles?"
"Desculpe?"
"Por que você mentiu para eles?"
"E como sabe que menti para eles?"
"Eu não sei dizer, só sei que mentiu, ou falou algo que não era completamente verdade."
"Você é mesmo mais esperto do que imaginam, garoto."
"Eles não acreditam totalmente em você."
"Eu sei que não, mas felizmente sou a única fonte que eles tem."
"É."
"Então, quer vir comigo? Posso te ensinar mais do que todos eles juntos. Você será grande se ficar com eles, GIGANTE se ficar comigo."
"Desculpe, me disseram para ficar com eles."
"Disseram? Quem?"
"A  minha coruja me disse."
"Sua coruja? Hum. E o que mais ela te disse?"
"Que não posso confiar em você."
"Não pode confiar em ninguém garoto. Pois ainda hoje um de seus amigos vai arriscar sua vida, em troca de uma moeda. Da pra acreditar? Uma moeda!"

domingo, 3 de julho de 2011

Sonho

Eu andava pela linha, com a mesma roupa que fui, dormir. Parei e vi um negro, de alguma forma eu sabia que ele era angolano, colocando uma estátua em um caminho no meio dos trilhos. Ela a enrolava com um véu branco, depois pegava uma enxada e fazia um caminho pelo cascalho até perto de mim. Para que eu não machucasse meus pés descalços. Comecei a caminhar até a "santa", joguei o travesseiro que eu carregava no chão, ele me parou no caminho e ensinou o que eu deveria dizer.
Caminhei o restante do caminho, havia garoa no ar, estava frio, era final de tarde. Eu me ajoelhei, mal conseguia ver o rosto da imagem e disse, enquanto oferecia uma rosa vermelha:
"Pelo botão que botou em mim, ofereço-lhe minha mão."
E da terra molhada pela garoa brotaram novas rosas.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Panapaná

-Não há nada que você possa nos fazer. Somos muitos, como sabe.
O homem ainda segurava a cabeça de um dos seguranças. Decepara-a com um golpe das próprias mãos, não precisava de testemunhas.
- Há mais 600 de onde estes vieram, rapaz. Eles acabariam com suas chances de sucesso tão facilmente quanto eu arranjaria outro vasilhame.
O homem não dissera uma única palavra desde que entrara, mas ele sabia o que ele queria, ele sabia ao que ele vinha.
- Não é de meu interesse interferir em seus planos, você sabe. – Ele se levantou do trono, andou alguns metros e pôs-se a andar em círculos em volta do homem. – O que fazemos aqui não interfere com o que vocês fiscalizam. Outro departamento, sabe? O único inconveniente é o vasilhame, mas podemos assegurar que estes estão bem guardados e causarão pouco ou nenhum trabalho.
O homem soltou a cabeça. Fez um barulho surdo ao bater no chão. Não disse palavra alguma.
 - Mas podemos lhe dizer onde encontrar quem fez aquilo com seu amiguinho. Quer? – Ele sorriu. – Em troca tudo o que pedimos é paz e tranqüilidade para que possamos fazer o que temos feito, sem interferir nos planos de vocês... – Chutou um braço para fora do caminho – Pobre Rick, não precisava ter acabado deste jeito. Mais inocentes não precisam morrer.
O homem permaneceu em silêncio, seus olhos acompanhavam o eloqüente palestrante em silêncio. Ele observara pelo menos três vozes diferentes durante todo o discurso desde que entrara e começara a carnificina, As últimas quatro frases haviam soado apenas como uma.
- Seus nomes são Adoniram Silva, Olavo Lavich, Verônica Mars e Fabrício de Álvares Pontes. Não posso dizer exatamente onde encontrá-los AINDA, mas tenho certeza de que estes nomes serão de muita valia e que você tem suas maneiras de utilizar-se deles. – Aproximou-se novamente do homem, olhou a cabeça no chão e voltou os olhos em direção aos olhos dele, que os fitavam atentamente. Teve a impressão que a mancha de sangue na parede logo atrás dele tinha a forma de uma borboleta. – Então, temos este acordo?
A mão do homem foi mais rápida do que pode ver.
O corpo dO Louco foi ao chão, enquanto sua cabeça rolou para de baixo do trono.
- Não.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Quem quer viver para sempre?

Por favor, Leiam o conteúdo escutando esta música: 

- Eu sabia que você conseguiria...
Ela disse, sem a intenção de que alguém ouvisse seu suspiro. Ele caminhava entre a relva que cobria todo o caminho que levava até o riacho, onde ela o esperava. Usava um colete bege, da mesma cor que as calças. Na cabeça usava uma boina, exatamente como da primeira vez quando se encontraram, uma vida atrás.
- Lembro de você sentada exatamente ai, minha amada.  – Ele ajoelhara ao seu lado. Sorria o riso dos risos, com se sua alma transparecesse e se entregasse ao descanso, depois de uma longa jornada. Não havia como comparar seu sorriso com nenhum outro, de nenhuma outra vida da qual se lembrava: era o sorriso do dia mais perfeito, da situação mais perfeita, do amor mais pleno e sofrido jamais escrito.
Era como poder viver o melhor dia, sabendo que tal o era e que este se estenderia por muito, muito tempo, quem sabe por toda a eternidade.
- Você esta exatamente como eu me lembrava, meu amor. Nem mais, nem menos, apenas o suficiente para me fazer lembrar o porquê atravessei tantos mares... tanto tempo... e enfrentei tanta solidão.
Não precisava perguntar, sabia o que ele precisava ter feito para chegarem até ali, juntos. Não havia mais sofrimento, não havia mais espaço, tão pouco tempo. Apenas os dois, como no primeiro dia em que se viram e souberam de tudo o que deveria acontecer. Arrastavam consigo o peso de todos os acontecimentos, ao mesmo tempo que carregavam a clareza de saber onde chegavam, sem se importar para onde iriam.
Entregaram-se a um longo abraço, que pareceu durar mais de trinta anos. 
Ela retirou o chapéu que usava, o sol estava agradável, não havia porque usa-lo, costumes de uma época perdida... Beijou novamente os lábios dele, sentiu o sabor do mel, sorriu novamente:
- E nosso filho, como está? Tem-no visto?

terça-feira, 7 de junho de 2011

Deu no jornal...

“Trecho retirado do Jornal O DIÁRIO DE ASSIS”

Milagreiro cega jornalista em culto.
Suposto milagreiro que proíbe qualquer foto ou vídeo de seu culto seria responsável pela cegueira de jornalista oportunista.

A cidade de Palmital tem sido alvo das atenções e romarias de vários pontos do país. Tudo isso por que um jovem que se auto-intitula Caleb tem a fama de operar milagres de todo gênero em seus seguidores. Envolto em mistério e críticas Caleb não dá entrevistas nem mesmo permite que seu culto seja gravado ou fotografado. O jornalista André Gusmões, 43, levou escondida uma câmera digital para dentro do galpão onde são realizados os cultos. Foi descoberto no meio da cerimônia, sendo retirado pelos “seguranças” de jaqueta de couro do milagreiro. O equipamento foi pisoteado e estraçalhado por seus pesados coturnos, causando um prejuízo de R$1200,00.
Até ai, apenas mais um relato comum de rusgas entre fanáticos religiosos e imprensa, mas o jornalista alega que, ao deixar a chácara onde são realizadas as reuniões, foi tomado por uma cegueira sem explicação.
“Já fui a três oftalmologistas diferentes! Todos disseram a mesma coisa: estou cego. Inexplicavelmente cego! Como se nunca tivesse enxergado antes! Nunca viram algo assim!” Diz Gusmões inflamado diante dos jornalistas e amigos que souberam do acontecido.
Esta redação tentou visitar a antiga “Chácara Nossa Senhora da Conceição”, ou a atual “Chácara Nova Esperança”, onde são realizados os cultos, mas foi barrada na entrada pelos “seguranças” motoqueiros uniformizados.
“Vocês são livres para entrar, mas devem trazer apenas seu coração. O carro deve ficar ai fora e vocês serão revistados. Somente os justos e nobres de coração são admitidos.” Bradou o eloqüente segurança para este repórter, que notou que ninguém mais era revistado.
Aguardamos na saída e tivemos a oportunidade de entrevistar um homem que diz ter sido curado de cegueira pelas mãos de Caleb.
João Pereira do Santos, 29, é de Diamantina – MG, diz que era deficiente visual há 7 anos, devido a um acidente com uma arma de pressão.
“Eu não acreditava também! Mas é verdade. Um primo meu que é de Cândido Mota me telefonou e disse que Caleb estava fazendo milagres por aqui, pra todo mundo ver! Que eu deveria tentar... Vim desacreditado, mas ele me chamou lá na frente e agora eu enxergo com antes do acidente! Sou uma nova pessoa!”
“Caleb não é como os outros! Vir aqui não é como ir à uma igreja comum. Você nunca sabe o que vai acontecer!” Testemunha Paula Payão Franco, 18, freqüentadora assídua da chácara.
Verdade? Mentira? Os freqüentadores da Chácara Nova Esperança só tem aumentado a cada dia e o número parece que tende subir ainda mais nos próximos tempos, já que haverá um grande evento no Ginásio de Esportes Jairo Ferreira dos Santos, O Jairão, com data prevista para daqui duas semanas, no qual Caleb convida membros e pastores de várias igrejas evangélicas da região para a celebração.
  
Renato Villas Boas, repórter

Algo mais forte... Parte 2

Assim que a porta se fechou atrás dos três, ela se levantou e olhou para o copo vazio sobre a mesa. Cuspiu todo o “veneno” para o interior dele. Não sabia exatamente o que era, só sabia que estava lá, desde que entrou. Deixou se espalhar momentaneamente, calculadamente. Precisava de uma desculpa.
Não se lembrava do que havia respondido, não se lembrava do que haviam perguntado.
- Melhor assim – resmungou enquanto pegava outro copo e enchia-o com mais uma dose de uísque.
Que eles se livrassem do Combatente, que eles se livrassem de Inês, que eles fodessem com tudo. Onde estava o Galo? Por quê não estava com eles? Teria ido embora? Impossível.
Sentou-se, ainda se sentia estranha, devia ter deixado algum resquício para trás. Não importava a sensação era boa, ainda mais regada à uísque.
E aqueles anéis? Eles entraram na sala, na sala que quase matara Inês.
Muita coisa, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e sentia sozinha, vazia. Abandonara a namorada, não por não a amar mais, afinal precisava de companhia, mas porque não a queria exposta ao perigo novamente. Os vampiros quase a pegaram.
O celular tocou, número que via pela segunda vez.
- Olá, Joana. Sim, houveram contratempos. Peça perdão a Caleb, estou a caminho.
Desligou, pegou o copo novamente e, por descuido quase tomou o “veneno”. Trocou de copo, esvaziou-o num só gole enquanto guardava o conteúdo do outro: Nunca se sabe quando vai precisar de algo assim, pensou, eles nunca devolveram meu cabelo.
Pegou o capacete e saiu. Tinha a nítida sensação que ainda precisava de algo mais forte...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Húbris

- São eles - Disse o de chapéu segurando o telefone – O que faremos?
O rapaz o encarou serenamente, respondendo: Nada, Rogério. Não faremos nada.
Ele pousou o celular sobre a mesa, que continuava vibrando anunciando um número desconhecido.
Parou.
Um silêncio incômodo de segundos se seguiu.
- Como você descobriu que não era ele?  - perguntou a moça loira, que até aquele momento não havia pronunciado uma única palavra desde que chegara. – Ninguém viu, ninguém percebeu!
O rapaz olhou para a moça com olhar de desprezo e sorriu:
- Acha mesmo que eu lhe daria esta dica, Diana?
Ela resmungou, tentou falar, segurou, olhou para o chão e por fim disse: Vou embora, se você não precisa mais de mim, Inês.
- PAULO! – a voz saiu com a força de um trovão pela boca do rapaz, a moça chegou a proteger o rosto, com medo de que fosse atingida. – Sua vadiazinha lambe-xanas! Já disse que meu nome é PAULO!
- Desculpe... – ela disse, levantando-se, pegando um capacete e escapulindo pela porta.
- Você não precisava tratá-la assim. – Ponderou o homem de chapéu. – Nós não estamos em posição de fazer mais inimigos. Há os 4, há o louco Jesus e ainda os vampiros... Pense bem...
O rapaz de levantou, caminhou até a janela e olhou para o jardim:
- Sabe qual o problema? Deveríamos ter sujado nossas mãos desde o início! Nada de ficar movendo peões. Deveríamos ter sujado nossas mãos com o sangue destes fedelhos desde que chegaram!
- Sabe que não podíamos fazer isso! Não sabíamos qual a relação da pedreira com eles. Se não fosse você na semana passada ainda estaríamos achando que dependeríamos destes moleques para sempre.
O rapaz tirou uma pedra do bolso:
- Eles precisam morrer. E precisamos pegar as almas deles.
- Eu posso cuidar disso. Vou atraí-los como ratos até uma ratoeira.
- O combatente está morto, Coveiro! A húbris dele foi tanta que não conseguiu nem ao menos liquidar Theodoro. Ele estava tomado por ela... não foi o paradoxo que o matou, foi sua húbris. Assim com foi a hubris de Theodoro que o trouxe aqui, para tentar vingança – Passou a pedra de uma mão para outra, examinando os detalhes. – Húbris, tudo pela húbris. É por ela que quero viver para sempre, é por ela que você quer Ângela de volta: você não pode suportar não poder ter algo que deseja. Você vai até o fim... matará por ela, morrerá por ela... eu, você, todos nós...
Ele acendeu um cigarro pensativo, fumou-o nervosamente.
- Como você descobriu?
O rapaz virou-se sorrindo, andou até o homem de chapéu, tirou o cigarro de suas mãos:
- O Filho da puta não respondeu quando chamei-o pelo nome verdadeiro...
Tragou profundamente, soltou a fumaça propositadamente no rosto do outro:
- Ligue para eles, antes que eles estranhem, finja ser o Combatente, Logiko, Theodoro..sei lá! Mas certifique-se de que eles cavem sua própria sepultura... deixe que eles pensem que estão em vantagem. Deixe que eles pensem que podem nos pegar... Eles vão virar comida de dragão...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O fugitivo parte II

Ninguém resistiria àquilo, NINGUÉM.”
Pensava enquanto corria para fora do estacionamento. Uma fina garoa caia e molhava seu moleton, como se já não fosse suficiente o suor que já empapara suas roupas.
Nem mesmo ele... Pelos deuses, nem mesmo ele!
Mal conseguia dar forma ao que acontecera, fora tudo tão rápido.
A saída desaparecera.
O micro-ônibus veio na direção contrária, tentando entrar no estacionamento.
PARADOXO.
A mais horrenda reação que Theodoro já tinha visto. Vísceras, ossos  e pedaços de roupa espalharam-se por todo o estacionamento.
Deu a volta por outra saída. O motorista do ônibus estava fora do veículo, com a mão no queixo, tentando encontrar explicação para o que acontecera. Muita gente envolta. Mais paradoxo.
Nunca pensara que seria grato por ele.

domingo, 29 de maio de 2011

O Pesadelo de Galo

Diana andou em volta da cadeira, como se apreciasse uma presa indefesa.

- Tem sido um garoto muito, muito mau, Galo...
Ele não conseguia se mexer, sentia o espaço paralisado em torno de si.
- Você vai ficar aqui por muito, MUITO tempo! - Ela sorriu, deixou a xícara de café sobre a mesa e saiu da cozinha.
Ele a escutou se afastando, seus saltos faziam barulhos no piso. Ouviu a porta abrir e se fechar. Estava sozinho.
"Está tudo na sua cabeça, Galo idiota!" ele pensou. "É obvio que você não esta em seu apartamento em POA! É obvio que ela não estava aqui. Isso é só uma ilusão!"

Horas se passaram, ele não conseguiu se mover...

Horas se passaram, ele não conseguiu se convencer de que era real...

Horas se passaram, GRITOU

Defecou...

O cheiro nauseabundo atingiu suas narinas e, junto com ele veio uma risada maléfica, cheia de escárnio. Ela ria dele, ela o observava. Ela nunca saíra dali. Ele NUNCA saíra dali. Assis nunca existira.
Nunca existira Ravage, Nunca existiram os SETE
Era real... era real...
Suas energias se extinguiam enquanto suava frio, pensando em tudo o que não acontecera. Todo sofrimento, toda a amizade, toda dor. Eles nunca existiram...Desacordou...


Acordou livre das amarras de espaço de Diana... respirou aliviado...  a lembrança do sonho ruim com dezenas de magos hostis  estava distante..não era real.
Levantou-se... foi até o banheiro e tomou um banho demorado... deixando que a água levasse para longe suas fantasias doentias.
Para o ralo escorreram Caleb, Adonis, Vampiros, Kali, Lobisomens, Renan, Mercedez, os 7, Ravage...
Criou outra mente, deixou os pensamentos ruins com ela.
Precisava de ar...
Colocou uma roupa limpa, passada, cheirando a amaciante... sentiu-se seguro...
Saiu do apartamento, chamou o elevador... a música clássica que tocava acalmava seus ânimos.
Chegou a sorrir olhando para o espelho do elevador: quanta bobagem. Ela quase o enganara com esta história de Dragão, de Irmandades, Zumbís...

A porta abriu...saiu pelo hall do prédio.

O porteiro não estava.

Abriu o portão, andou pela calçada, andou pela rua, andou pelo bairro...

Era o único habitante de uma Porto Alegre completamente vazia...