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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Alguns novos esqueletos no armário


-         Eles tentarão novamente, Dexter! E desta vez eles conseguirão!
Ele bebia whisky puro enquanto olhava pela vidraça estraçalhada em direção ao Salgueiro.
-         Não podemos simplesmente pegá-la e ir embora?
Dexter não respondeu novamente, sabia que ele sabia a resposta. Não se daria ao trabalho de explicar pormenores.
-         Não, não podemos, apenas Lincoln pode pegar sem ser interpretado como um intruso, não? Seríamos esmagados pelo salgueiro.... sim seríamos...
O parente continuava em devaneios, não podia culpá-lo: perderam 3 na noite passada e não sabiam o que esperar desta. Não sabiam quantos viriam. O melhor é que saíssem dali enquanto ainda podiam, mas quais seriam as conseqüências? Deixaram-se levar por uma tradição que pouco conheciam a respeito, pactuavam com algo que desconheciam e agora estavam de mãos atadas, tentando defender o tesouro do dragão do próprio dragão e dos cavaleiros que tentavam roubá-lo.
- Nós precisamos nos livrar dos corpos, precisamos chamar nossa equipe de limpeza...
-         Não seja estúpido -  por fim falou – Anime os cadáveres, ninguém precisa saber que eles estão mortos.
-         Mas e os empregados da casa? Ainda estão desacordados, mas quando acordarem tornarão impraticável...
Ele jogou o copo na parede, esbravejando:
-         Mate-os. Eles serão mais úteis como zumbis do que soltos por ai atraindo paradoxo! Agora pare de choramingar, Bartholomeu! Isso é culpa do seu filho! Só pode ser dele!
O outro sentiu-se ofendido:
-         Você não pode ter certeza disso! Há os outros...
-         Eles não tiveram tempo de fazer alianças e estreitar laços, seu ignóbil. Eles sumiram por 3 anos! Esta serpentezinha sim teve todo este tempo!
-         A questão é, por que esta serpentezinha resolveu se rebelar agora, Bart? – disse Abraham enquanto entrava na sala – O que ele andou escutando? Como ele sabe que estamos tão desprotegidos?
Dexter agachou-se, pegou no chão um candelabro de prata caído, pôs sob a mobília cheia de poeira e pedaços de reboco. Acendeu-o enquanto assoprava o pavio, como que para apagá-lo:
- A questão é o quanto esta serpentezinha está envolvida com os 20 Blackwoods que foram mortos nos últimos dois anos... Ah... eu aposto que até o pescoço... Sim, ele está até o pescoço...

Desespero


Tentou esconder o nervosismo quando atravessou a entrada principal. Ali ainda não era o ponto.
Olhou várias vezes para os lados e para trás para ver se não estava sendo seguida. Conseguira escapar por muito pouco, sabia que eles tinham sido capturados. Se sentia sozinha, em um país estranho, no qual não dominava a língua. Há muito não se sentia assim, os primos supriam toda a carência que tinha, eles eram sua única família agora que fora abandonada até mesmo pelos seus pais.
E se algo acontecer a eles? E se todos morrerem? O que será de mim?
Avistou a câmera perto da alfândega, parou em um lugar onde sabia que seria vista, conteve as lágrimas: uma Blackwood não chora.
Olhou diretamente para a câmera, enquanto sussurrava baixinho:
Alguém... por favor... alguém veja... alguém me ajude... Preciso de ajuda... rápido...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

As relíquias

Apenas mais umas peças do quebra-cabeças...