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terça-feira, 21 de junho de 2011

Quem quer viver para sempre?

Por favor, Leiam o conteúdo escutando esta música: 

- Eu sabia que você conseguiria...
Ela disse, sem a intenção de que alguém ouvisse seu suspiro. Ele caminhava entre a relva que cobria todo o caminho que levava até o riacho, onde ela o esperava. Usava um colete bege, da mesma cor que as calças. Na cabeça usava uma boina, exatamente como da primeira vez quando se encontraram, uma vida atrás.
- Lembro de você sentada exatamente ai, minha amada.  – Ele ajoelhara ao seu lado. Sorria o riso dos risos, com se sua alma transparecesse e se entregasse ao descanso, depois de uma longa jornada. Não havia como comparar seu sorriso com nenhum outro, de nenhuma outra vida da qual se lembrava: era o sorriso do dia mais perfeito, da situação mais perfeita, do amor mais pleno e sofrido jamais escrito.
Era como poder viver o melhor dia, sabendo que tal o era e que este se estenderia por muito, muito tempo, quem sabe por toda a eternidade.
- Você esta exatamente como eu me lembrava, meu amor. Nem mais, nem menos, apenas o suficiente para me fazer lembrar o porquê atravessei tantos mares... tanto tempo... e enfrentei tanta solidão.
Não precisava perguntar, sabia o que ele precisava ter feito para chegarem até ali, juntos. Não havia mais sofrimento, não havia mais espaço, tão pouco tempo. Apenas os dois, como no primeiro dia em que se viram e souberam de tudo o que deveria acontecer. Arrastavam consigo o peso de todos os acontecimentos, ao mesmo tempo que carregavam a clareza de saber onde chegavam, sem se importar para onde iriam.
Entregaram-se a um longo abraço, que pareceu durar mais de trinta anos. 
Ela retirou o chapéu que usava, o sol estava agradável, não havia porque usa-lo, costumes de uma época perdida... Beijou novamente os lábios dele, sentiu o sabor do mel, sorriu novamente:
- E nosso filho, como está? Tem-no visto?

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