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sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Sacrifício

Trazia consigo a bacia de prata e a promessa de que aquela seria a última vez. Caminhava com cuidado para que a oferenda não caísse e salpicasse sua roupa branca, além de um total desrespeito ao Espírito, manchas de sangue são difíceis de tirar, pensou.
Chegou ao local, escutava as irmãs atrás de si, também excitadas pelo encontro. Levantou a bacia acima de sua cabeça e chamou pelo nome do Espírito. Sentiu o dromo sendo rasgado, como se uma jamanta estivesse passando por ele, o que, na verdade, não era tão diferente. Podia ouvir os espíritos da pedreira zunindo e gritando, diante do estardalhaço que o dragão fazia ao se manifestar no mundo físico.
Ele apareceu...
Ela abaixou a cabeça em sinal de respeito...
Ao voltar seus olhos para o dragão sentiu a lâmina de prata degolá-la...
Se não fosse rápida e já habituada ao mundo espiritual ele certamente a teria consumido, como se fosse carne. Mas ali, nas sombras, ela era rápida e forte o suficiente para escapar, embora não inteira. O dragão sorvera parte de sua essência, toda que ali estava, mas ainda restava algo não muito longe dali. Nunca imaginara que aquilo poderia salva-la...

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