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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O fugitivo, parte 1

simEste post é um texto de apoio a Crônica de RPG: A irmandade da rosa.


_ Você não deveria ter feito o que fez, Theodoro.
Dizia o homem alto enquanto raspava a adaga na parede, fazendo com que solta faíscas pelo atrito. Sabia que Theodoro o observava, as faíscas eram apenas para instigar mais medo.
Podia sentir através do espaço o esforço que ele fazia para esconder-se nas sombras atrás de um carro velho. Já havia feito magia demais, o paradoxo o seguia. Não era fácil escapar dO Combatente por quaisquer que fossem os meios.
Ouviu um barulho do outro lado do estacionamento, por um momento chegou a olhar naquela direção, mas se tocou que era apenas mais um truque através da ressonância que o paradoxo deixou ao ferir o rapaz que lançara o feitiço atrás do carro.
Resolveu brincar de gato e rato.
_ Você não deveria ter atraído o cara pra Assis. Agora ele não vai embora até matar um a um. Ele não vai embora até achar você!
Fingiu acreditar no falso ruído e começou a se dirigir sorrateiramente até o outro lado da construção. Um murmúrio indistinguível saiu de seus lábios enquanto executava gestos ligeira e sorrateiramente com a mão direita. Sentiu que ele modificara a realidade novamente: forças, pensou. Estava jogando para longe os ruídos que produzia ao correr em direção à saída.
Era uma corrida desenfreada, pois Theodoro sabia que corria pela vida. Sabia que ninguém escapava dos 7, não com aquela tatuagem. Tentara tira-la ainda no Brasil, mas não conseguira. Retirou a tinta, mas, na noite passada, quando sentiu a pele queimar, sabia que a marca ia muito mais fundo do que a epiderme. Estava marcado pela alma, ouvira sussurros inaudíveis do Coveiro.
Mais alguns metros e estaria livre, pensou o fugitivo, mais alguns metros e poderia correr pelas ruas movimentadas de Buenos Aires até se ver livre, longe o suficiente para que nenhum deles pudesse encontrá-lo, arrancaria fora o braço se preciso.
Onde estava o portão? Onde estava a saída?
 _ Filho da puta!
A porra da saída havia desaparecido...

1 comentários:

Augusto Molkov disse...

Eu ainda não entendi minha suposta semelhança com o vilão. :-S

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