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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

21 gramas - Parte I


Assim que Cecília, ou seja lá o que for, fechou a porta, ele pôs-se  arrumar as coisas. Não era difícil, já deixava as tudo arrumado para este tipo de emergência. Pegou as malas e desceu pelos fundos, pela escada de incêndio.
Sua cabeça estava confusa: não podia ser real. Não podia ser verdade. Estivera cego por tanto tempo? Demônios, almas, inferno, guerra, anjos: palavras que rodavam em sua cabeça, deixando-o zonzo. Ele precisava pensar, ele precisava de um lugar calmo.
Entrou na igreja por uma porta lateral, ajeitou-se na sacristia e acertou o relógio para as 6 da manhã: torceu para que ninguém tentasse acorda-lo antes, afinal, qual lugar seria mais seguro para escapar de um demônio do que uma igreja? Também torceu para quer a primeira missa fosse depois das 7.
Não pregou os olhos. Repassou o diálogo que teve com Cecília um milhão de vezes. Repassou a cena dos tiros no telhado outro milhão. Pensou até mesmo em rezar, mas tinha certeza de que não seria ouvido.
Resolveu pensar racionalmente.

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