Pages

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Reiki III

 
 
"Kyo dake wa ikaru na.
Kyo dake wa shinpai suna.
Kyo dake wa kansha shite.
Kyo dake wa gyô hage me.
Kyo dake wa hitori ni shintetshu ni."



"Só por hoje não te irrites.
Só por hoje não te preocupes.
Só por hoje sê grato.
Só por trabalha arduamente.
Só por hoje sê bondoso com todos os seres."
 

 
 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Meias verdades.

"Olha só o que temos aqui."
"Hum, oi!"
"Não se assuste, isso é mais natural do que parece. Com o tempo você se acostuma."
"Não sei, de algum amaneira estranha eu não estou assustado."
"Que bom. Só prova mais a respeito do que as pessoas pensam sobre você. Você sabe do que se trata?"
"Não, não sei. Isso sim me deixa confuso."
"Sabe o bom de algo estar destinado a você? Você não precisa se preocupar, não precisa fazer nada. Aquilo VAI acontecer."
"É o que dizem."
"Você pode vir comigo se quiser. Tenho negócios inacabados, mas assim que resolve-los e conseguir um corpo, as coisas vão mudar bastante. Talvez não seja mais tão seguro quanto é agora estar com seus amigos."
"Por que você mentiu para eles?"
"Desculpe?"
"Por que você mentiu para eles?"
"E como sabe que menti para eles?"
"Eu não sei dizer, só sei que mentiu, ou falou algo que não era completamente verdade."
"Você é mesmo mais esperto do que imaginam, garoto."
"Eles não acreditam totalmente em você."
"Eu sei que não, mas felizmente sou a única fonte que eles tem."
"É."
"Então, quer vir comigo? Posso te ensinar mais do que todos eles juntos. Você será grande se ficar com eles, GIGANTE se ficar comigo."
"Desculpe, me disseram para ficar com eles."
"Disseram? Quem?"
"A  minha coruja me disse."
"Sua coruja? Hum. E o que mais ela te disse?"
"Que não posso confiar em você."
"Não pode confiar em ninguém garoto. Pois ainda hoje um de seus amigos vai arriscar sua vida, em troca de uma moeda. Da pra acreditar? Uma moeda!"

domingo, 3 de julho de 2011

Sonho

Eu andava pela linha, com a mesma roupa que fui, dormir. Parei e vi um negro, de alguma forma eu sabia que ele era angolano, colocando uma estátua em um caminho no meio dos trilhos. Ela a enrolava com um véu branco, depois pegava uma enxada e fazia um caminho pelo cascalho até perto de mim. Para que eu não machucasse meus pés descalços. Comecei a caminhar até a "santa", joguei o travesseiro que eu carregava no chão, ele me parou no caminho e ensinou o que eu deveria dizer.
Caminhei o restante do caminho, havia garoa no ar, estava frio, era final de tarde. Eu me ajoelhei, mal conseguia ver o rosto da imagem e disse, enquanto oferecia uma rosa vermelha:
"Pelo botão que botou em mim, ofereço-lhe minha mão."
E da terra molhada pela garoa brotaram novas rosas.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Panapaná

-Não há nada que você possa nos fazer. Somos muitos, como sabe.
O homem ainda segurava a cabeça de um dos seguranças. Decepara-a com um golpe das próprias mãos, não precisava de testemunhas.
- Há mais 600 de onde estes vieram, rapaz. Eles acabariam com suas chances de sucesso tão facilmente quanto eu arranjaria outro vasilhame.
O homem não dissera uma única palavra desde que entrara, mas ele sabia o que ele queria, ele sabia ao que ele vinha.
- Não é de meu interesse interferir em seus planos, você sabe. – Ele se levantou do trono, andou alguns metros e pôs-se a andar em círculos em volta do homem. – O que fazemos aqui não interfere com o que vocês fiscalizam. Outro departamento, sabe? O único inconveniente é o vasilhame, mas podemos assegurar que estes estão bem guardados e causarão pouco ou nenhum trabalho.
O homem soltou a cabeça. Fez um barulho surdo ao bater no chão. Não disse palavra alguma.
 - Mas podemos lhe dizer onde encontrar quem fez aquilo com seu amiguinho. Quer? – Ele sorriu. – Em troca tudo o que pedimos é paz e tranqüilidade para que possamos fazer o que temos feito, sem interferir nos planos de vocês... – Chutou um braço para fora do caminho – Pobre Rick, não precisava ter acabado deste jeito. Mais inocentes não precisam morrer.
O homem permaneceu em silêncio, seus olhos acompanhavam o eloqüente palestrante em silêncio. Ele observara pelo menos três vozes diferentes durante todo o discurso desde que entrara e começara a carnificina, As últimas quatro frases haviam soado apenas como uma.
- Seus nomes são Adoniram Silva, Olavo Lavich, Verônica Mars e Fabrício de Álvares Pontes. Não posso dizer exatamente onde encontrá-los AINDA, mas tenho certeza de que estes nomes serão de muita valia e que você tem suas maneiras de utilizar-se deles. – Aproximou-se novamente do homem, olhou a cabeça no chão e voltou os olhos em direção aos olhos dele, que os fitavam atentamente. Teve a impressão que a mancha de sangue na parede logo atrás dele tinha a forma de uma borboleta. – Então, temos este acordo?
A mão do homem foi mais rápida do que pode ver.
O corpo dO Louco foi ao chão, enquanto sua cabeça rolou para de baixo do trono.
- Não.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Quem quer viver para sempre?

Por favor, Leiam o conteúdo escutando esta música: 

- Eu sabia que você conseguiria...
Ela disse, sem a intenção de que alguém ouvisse seu suspiro. Ele caminhava entre a relva que cobria todo o caminho que levava até o riacho, onde ela o esperava. Usava um colete bege, da mesma cor que as calças. Na cabeça usava uma boina, exatamente como da primeira vez quando se encontraram, uma vida atrás.
- Lembro de você sentada exatamente ai, minha amada.  – Ele ajoelhara ao seu lado. Sorria o riso dos risos, com se sua alma transparecesse e se entregasse ao descanso, depois de uma longa jornada. Não havia como comparar seu sorriso com nenhum outro, de nenhuma outra vida da qual se lembrava: era o sorriso do dia mais perfeito, da situação mais perfeita, do amor mais pleno e sofrido jamais escrito.
Era como poder viver o melhor dia, sabendo que tal o era e que este se estenderia por muito, muito tempo, quem sabe por toda a eternidade.
- Você esta exatamente como eu me lembrava, meu amor. Nem mais, nem menos, apenas o suficiente para me fazer lembrar o porquê atravessei tantos mares... tanto tempo... e enfrentei tanta solidão.
Não precisava perguntar, sabia o que ele precisava ter feito para chegarem até ali, juntos. Não havia mais sofrimento, não havia mais espaço, tão pouco tempo. Apenas os dois, como no primeiro dia em que se viram e souberam de tudo o que deveria acontecer. Arrastavam consigo o peso de todos os acontecimentos, ao mesmo tempo que carregavam a clareza de saber onde chegavam, sem se importar para onde iriam.
Entregaram-se a um longo abraço, que pareceu durar mais de trinta anos. 
Ela retirou o chapéu que usava, o sol estava agradável, não havia porque usa-lo, costumes de uma época perdida... Beijou novamente os lábios dele, sentiu o sabor do mel, sorriu novamente:
- E nosso filho, como está? Tem-no visto?

terça-feira, 7 de junho de 2011

Deu no jornal...

“Trecho retirado do Jornal O DIÁRIO DE ASSIS”

Milagreiro cega jornalista em culto.
Suposto milagreiro que proíbe qualquer foto ou vídeo de seu culto seria responsável pela cegueira de jornalista oportunista.

A cidade de Palmital tem sido alvo das atenções e romarias de vários pontos do país. Tudo isso por que um jovem que se auto-intitula Caleb tem a fama de operar milagres de todo gênero em seus seguidores. Envolto em mistério e críticas Caleb não dá entrevistas nem mesmo permite que seu culto seja gravado ou fotografado. O jornalista André Gusmões, 43, levou escondida uma câmera digital para dentro do galpão onde são realizados os cultos. Foi descoberto no meio da cerimônia, sendo retirado pelos “seguranças” de jaqueta de couro do milagreiro. O equipamento foi pisoteado e estraçalhado por seus pesados coturnos, causando um prejuízo de R$1200,00.
Até ai, apenas mais um relato comum de rusgas entre fanáticos religiosos e imprensa, mas o jornalista alega que, ao deixar a chácara onde são realizadas as reuniões, foi tomado por uma cegueira sem explicação.
“Já fui a três oftalmologistas diferentes! Todos disseram a mesma coisa: estou cego. Inexplicavelmente cego! Como se nunca tivesse enxergado antes! Nunca viram algo assim!” Diz Gusmões inflamado diante dos jornalistas e amigos que souberam do acontecido.
Esta redação tentou visitar a antiga “Chácara Nossa Senhora da Conceição”, ou a atual “Chácara Nova Esperança”, onde são realizados os cultos, mas foi barrada na entrada pelos “seguranças” motoqueiros uniformizados.
“Vocês são livres para entrar, mas devem trazer apenas seu coração. O carro deve ficar ai fora e vocês serão revistados. Somente os justos e nobres de coração são admitidos.” Bradou o eloqüente segurança para este repórter, que notou que ninguém mais era revistado.
Aguardamos na saída e tivemos a oportunidade de entrevistar um homem que diz ter sido curado de cegueira pelas mãos de Caleb.
João Pereira do Santos, 29, é de Diamantina – MG, diz que era deficiente visual há 7 anos, devido a um acidente com uma arma de pressão.
“Eu não acreditava também! Mas é verdade. Um primo meu que é de Cândido Mota me telefonou e disse que Caleb estava fazendo milagres por aqui, pra todo mundo ver! Que eu deveria tentar... Vim desacreditado, mas ele me chamou lá na frente e agora eu enxergo com antes do acidente! Sou uma nova pessoa!”
“Caleb não é como os outros! Vir aqui não é como ir à uma igreja comum. Você nunca sabe o que vai acontecer!” Testemunha Paula Payão Franco, 18, freqüentadora assídua da chácara.
Verdade? Mentira? Os freqüentadores da Chácara Nova Esperança só tem aumentado a cada dia e o número parece que tende subir ainda mais nos próximos tempos, já que haverá um grande evento no Ginásio de Esportes Jairo Ferreira dos Santos, O Jairão, com data prevista para daqui duas semanas, no qual Caleb convida membros e pastores de várias igrejas evangélicas da região para a celebração.
  
Renato Villas Boas, repórter

Algo mais forte... Parte 2

Assim que a porta se fechou atrás dos três, ela se levantou e olhou para o copo vazio sobre a mesa. Cuspiu todo o “veneno” para o interior dele. Não sabia exatamente o que era, só sabia que estava lá, desde que entrou. Deixou se espalhar momentaneamente, calculadamente. Precisava de uma desculpa.
Não se lembrava do que havia respondido, não se lembrava do que haviam perguntado.
- Melhor assim – resmungou enquanto pegava outro copo e enchia-o com mais uma dose de uísque.
Que eles se livrassem do Combatente, que eles se livrassem de Inês, que eles fodessem com tudo. Onde estava o Galo? Por quê não estava com eles? Teria ido embora? Impossível.
Sentou-se, ainda se sentia estranha, devia ter deixado algum resquício para trás. Não importava a sensação era boa, ainda mais regada à uísque.
E aqueles anéis? Eles entraram na sala, na sala que quase matara Inês.
Muita coisa, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e sentia sozinha, vazia. Abandonara a namorada, não por não a amar mais, afinal precisava de companhia, mas porque não a queria exposta ao perigo novamente. Os vampiros quase a pegaram.
O celular tocou, número que via pela segunda vez.
- Olá, Joana. Sim, houveram contratempos. Peça perdão a Caleb, estou a caminho.
Desligou, pegou o copo novamente e, por descuido quase tomou o “veneno”. Trocou de copo, esvaziou-o num só gole enquanto guardava o conteúdo do outro: Nunca se sabe quando vai precisar de algo assim, pensou, eles nunca devolveram meu cabelo.
Pegou o capacete e saiu. Tinha a nítida sensação que ainda precisava de algo mais forte...